João Moura - 30 anos de alternativa.


A exposição evocativa do trigésimo aniversário de alternativa do cavaleiro João Moura, que terá como pano de fundo a Monumental Praça de Toiros do Campo Pequeno, terá a sua inauguração datada para o próximo dia 6 de Maio pelas 19 horas.


JOÃO MOURA – Breves traços biográficos

João António Romão de Moura nasceu a 24 de Março de 1960 na Casa de Saúde Madalena Sampaio, em Portalegre.

“Este rapazinho, sobrinho do Cláudio (ganadeiro), vai ser toureiro” – foram as palavras de Mestre João Núncio, o “Papa” do toureio a cavalo, para o grande aficionado José Tello Barradas, no dia em que pela primeira vez toureou ao lado do novo fenómeno. Aconteceu na praça de Portalegre. Núncio tinha 60 anos e João Moura apenas 10. Com sete dera já ele o seu primeiro recital na mesma arena de Portalegre, tudo levando a crer que estava na forja um novo toureiro grande.

Oriundo de uma família prestigiada de Monforte, desde sempre ligada ao toiro e ao cavalo, ao campo sobretudo, João Moura nasceu com a estrela da tauromaquia.

Em 1976, então com 16 anos de idade, estreia-se na Monumental de las Ventas, a praça de Madrid, o mais importante palco da tauromaquia mundial. Com o célebre cavalo “Ferrolho”, que fora de Mestre Núncio, rubrica uma actuação ainda hoje recordada em Espanha e diz ao mundo que a Festa Brava tem um novo ídolo. “Niño Moura” lhe chamam os espanhóis.

Em trinta anos de carreira e depois de ter feito uma autêntica e reconhecida revolução na arte de tourear a cavalo, João Moura saiu 9 vezes em ombros pela Porta Grande da Monumental de Madrid – a maior honraria que um toureiro pode alcançar –, sendo o único português que alcançou tal recorde e, mais espantoso ainda, o segundo toureiro em todo o mundo a somar maiores triunfos naquela praça. Só o mítico matador de toiros Curro Romero lhe vai à frente com dez saídas em ombros de Madrid.

Em 11 de Junho de 1978, há precisamente trinta anos, numa Corrida TV e com a Monumental de Santarém esgotada, ante uma plateia exigente de 13.500 aficionados, João Moura recebe o doutoramento profissional (vulgo alternativa) das mãos de Mestre David Ribeiro Telles, ante um curro de toiros da lendária ganadaria de Palha.

No ano seguinte e em plena euforia mourista, João regressa à Monumental de Santarém (a maior praça de toiros de Portugal), desta vez para tourear sozinho sete toiros, quatro de ganadarias portuguesas e três de ganadarias espanholas, incluindo um da célebre divisa de Miura. Loucura total, Santarém a rebentar de novo pelas costuras e Portugal rendido ao novo fenómeno do toureio equestre.

Ao longo de trinta anos, em arenas de todo o mundo – Espanha, França, Portugal e América Latina – João Moura elevou bem alto a bandeira de Portugal e a boa tradição do toureio equestre nacional. Enfrentou várias gerações de toureiros de todas as nacionalidades, toureou ao lado de grandes figuras como Domecq, Vidrié e Bohórquez e toureia hoje, três décadas passadas, lado-a-lado com os filhos destes, mantendo inalterável a sua posição cimeira e histórica no trono do toureio a cavalo mundial.

Ainda hoje é referenciado, respeitado e admirado em todo o mundo taurino como um caso inigualável, mantendo viva a chama dos primeiros tempos – um verdadeiro colosso das arenas. Um “monstro sagrado”, como se usa dizer em linguagem tauromáquica.

E apesar de já ter passado o testemunho a seu filho, João Moura Júnior – que cumpre actualmente brilhante campanha na Colômbia, Venezuela e Equador – e de no ano passado ter feito em Monforte a apresentação pública do mais novo, Miguel (11 anos), João Moura prossegue o seu percurso de glória, sem pensar na retirada.

Nascido para vencer! – e trinta anos de carreira, sempre na crista da onda, provam que tinha toda a razão a previsão de Mestre Núncio, quando pela primeira vez toureou ao lado daquele miúdo de 10 anos: “este rapazinho vai ser toureiro!”.
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