João Augusto Moura corta duas orelhas em Badajoz.

















João Augusto Moura saiu em ombros depois de cortar duas orelhas ao oitavo novilho da longa noite de sexta-feira passada em Badajoz. Foi na noite de 18 de Julho e com presença de um quarto de casa, que o novilheiro português debutou com picadores, dando assim um passo largo na sua jovem carreira.
Compartindo cartel frente a novilhos toiros de Alcurrucén, estiveram os extremeños Júlio Parejo, Paço Chaves e Fini.

Júlio Parejo foi autor de actuações premiadas com uma orelha em cada actuação. Frente ao novilho que abriu praça agradou de capote e de muleta arrancou duas séries com repetição. Matou de pinchazo e estocada inteira mas descaída.

Frente ao segundo do seu lote e depois de lancear por veronicas, agradou na muleta aproveitando bem as características do bom novilho que tinha por diante. Matou de estocada traseira mas inteira.

Paco Chaves brilhou essencialmente por veronicas e bandarilhas onde esteve alegre e variado. De muleta sacou passes com repetição e muletazos ligados por ambos os pitons. Não fosse pouco eficiente com estoque teria cortado troféus.
Uma orelha no segundo foi o que pediu o público para premiar a sua segunda actuação, igualmente variada em capote e muito aplaudida em bandarilhas, deixando quatro pares, sendo um deles al quiebro e com justo valor. De muleta não houve harmonia e ligação. Matou de três pinchazos e estocada inteira.

Fini cortou uma orelha a cada novilho do seu lote. Recebeu o primeiro com vistosas veronicas e cumpriu com acerto e alegria a cravagem de três pares de bandarilhas. De muleta conseguiu arrancar boas séries de derechazos e alguns naturais de destaque. Matou de dois pinchazos e um descabello.
Frente ao seu segundo, Fini pouco se destacou em capote voltando sim a brilhar em bandarilhas. De muleta mais não pode que arrancar passes isolados a um novilho revoltón e brusco. Matou de um pinchazo, estocada inteira e três descabellos.

E porque os últimos são sempre os primeiros… João Augusto Moura lidou aquele que foi o quarto novilho da ordem, deixando um agradável sabor de boca particularmente na muleta onde se sentiu profundidade e temple nos poucos passes repetidos que João lhe conseguiu dar. O novilho tinha apenas meias investidas tirando brilho à sua actuação. No entanto se houvesse efectividade com a espada, Moura teria logrado cortar um troféu.
Sete novilhos depois, eis que chega a faena da noite. Antes e de capote, João Augusto foi autor da mais bonita veronica da noite, de pés juntos, correndo os dois braços em paralelo acompanhando o passo do oponente. Nesta altura sentia-se já o que vinha por diante. E o que vimos em seguida, foi uma faena carregada de temple, suavidade, profundidade e sentimento, o mesmo sentimento que nos fez viajar em direcção ao futuro, fazendo-nos adivinhar facilmente o que vai acontecer na carreira deste jovem de Monforte. Tinha qualidade o novilho de Alcurrucén, tinha andamento e repetia investida. João iniciou no centro da arena com o pêndulo e seguiu com magnificas series de toureio em redondo, adquirindo maior beleza nos naturais e na forma como roda a cintura sem que os pés se movam. Houve quantidade e variedade de passes, mas destacamos além dos naturais, três circulares ligados que terminou com uma bonita mudança de mão. Matou de estocada inteira e cortou as duas mais elogiadas orelhas da noite.

Júlio Parejo – 1 Orelha/ 1 Orelha
Paco Chaves – Aplausos/ 1 Orelha
Fini – 1 Orelha/ 1 Orelha
João A. Moura – Aplausos/ 2 Orelhas
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