Kinder disparate.


O Parlamento Alemão anunciou que pretende proibir a comercialização dos ovos de chocolate Kinder Surpresa, argumentando que as crianças não conseguem distinguir os pequenos brinquedos dos bens alimentares. “É triste, mas isso quer dizer que temos que acabar com os ovos Kinder Surpresa”, assegura a responsável parlamentar. Triste, triste, é este disparate. Mais um em direcção à redoma protectora em que a sociedade insiste em colocar os mais pequenos. Na ânsia de proteger as crianças de tudo acabamos por torná-los incapazes de se defenderem de qualquer coisa.
Sintomaticamente, o parlamento alemão não apresenta nenhum caso ou estatística que corrobore as suas preocupações. É normal. A proibição tem menos a ver com os riscos para a saúde do que com a ilusão de que se pode criar um mundo sem risco para as crianças. Só que o risco faz parte da condição humana e é um facto essencial para a nossa aprendizagem e crescimento. Esperem até ver os adolescentes que resultam destes míudos que não conheceram o risco e que nunca saíram dum casulo.
Existe a probabilidade das crianças engolirem os brinquedos? Claro. Bastante marginal, mas existe. Como acontece com os Legos e a infinitude de brinquedos que se encontram no mercado. Por isso é que existem idades recomendadas para cada um deles - a começar pelos ovos surpresa que são para maiores de 3 anos. O resto compete aos pais. Perceber onde começa e acaba o perigo. Que eles estejam muito ocupados consigo próprios e que apoiem todo o tipo de medidas asseptizantes é só a maior tristeza desta disparatada história. Vamos ver quanto tempo demora até chegar até nós.
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