Cobardia ou o uso do lápis vermelho da censura.

 
O MEDO DEPENDE DA IMAGINAÇÃO E DA COBARDIA DO CARÁCTER -concluiu Joseph Joubert, moralista francês amigo de Diderot.

Pensar e ter coragem são arenitos muito pesados para a mente dos cobardes que se escondem atrás de tudo.

Os cobardes têm medo de assumir as suas atitudes e até mesmo as incapacidades pessoais que lhes atribuem o estatuto de ninguém.

Eles alimentam-se para a vida do nada que é a cobardia de injuriar e difamar furtivamente e com a anopsia do servilismo dos que vivem de joelhos.

Os cobardes são considerados os mais baixos seres humanos por aqueles que lhes ordenam odiar quem defende e luta pela libertação e dignificação de todas as pessoas.

Foi da cobardia pulha e velhaca dos cobardes manifestados que nasceu este não-poema de um não-poeta que assina esta "obra" com o seu nome... 
 


                     MANIFESTO PRÓ-COBARDIA DOS COBARDES

Os cobardes aos "homens de túberas" metem nojo e dó
quando querem parecer poetinhas dos tempos da vovó
e são apenas o odor pestilento das tretas e do encomendado trolaró.

Os cobardes pensam como as galinhas, culturalmente
e alimentam-se do que esgravatam nas esterqueiras, socialmente.

Os cobardes andam, falam e escrevem aos ziguezagues
afirmam agora e quando lhes "apertam os calos" logo se desdizem
agitam-se, vão da direita prá esquerda, agacham-se, mentem e vociferam
e no fim querem sair limpos, tidos por amigos, formidáveis e bons rapazes.

Os cobardes têm a alma dos velhacos que evoluem para baixo
e crescem com a inteligência do cáften à procura de tacho.

Na minha terra sempre houve homens e mulheres de coragem
gente ignorada e ocultada para só "eles" serem senhores e heróis;
agora estão a aparecer uns cobardes pasteis de merda com label dos urinóis
gadelhas, bibis, porcos, sujos e feios de terrantês sacanagem.

Os cobardes usam as armas dos "falinhas mansas" e são cuspo da hipocrisia
servilismo e obediência cega aos politiquinhos e oportunistas da "família".

Os cobardes não têm ideias nem argumentos para serem protagonistas
e são reaccionários ao protagonismo dos outros
atacando-os como panfletários fascistas!

Os cobardes são os demagogos mais tristes das cafurnas dos morcegos
e são convivas asquerosos de vermes, fantasmas e labregos
que de dia vivem escondidos debaixo da terra
e á noite, a coberto da escuridão, saem para fazer a sua berra.

Os cobardes são a vergonha do pai e da mãe
não têm rosto nem nome
não são pseudónimos, heterónimos, nem um pronome
são os anónimos de ninguém que nunca terão coragem para ser Alguém!

Os cobardes servem-se do nome dos mortos
e na sociedade dos humanos têm os olhos tortos
são uma subespécie dos antropomorfos.

Também há aquele tipo escabroso de cobardes
que têm os seus poltrãos, apaniguados e sequazes
que os aplaudem e divulgam como um coro de incapazes
e ainda lhes dão rasgados elogios da cultura dos alarves.

Os cobardes são umas criaturinhas no seu mundo azul-cinzento e banal
e sentem que têm "hombridade" a usar cuequinhas e pijamas de "lingerie"
mas quando abrem a boca exalam um pestilento cheiro de animal
dos mais nojentos e asquerosos que há por aí...

Há cobardes que preferem "fazer amor" com corpos de borracha insufláveis
porque a usar tais "fêmeas" pensam que dominam as mulheres
e sonham-se na cama uns "misteres"
os narcisistas mais belos, atraentes e amáveis.

Os cobardes vaidosos gostam muito de se brunir
nas lamas dos chiqueiros mais porcos
onde felizes, cantando e rindo nunca se cansam de grunhir
"Somos umas fezes, uns caganeiros, uns desprezíveis porcos!".

Há cobardes desde crianças treinadas para delatores, bufos, pombos-correios
vestidos de anjinhos de procissão, "uns amores", bestas, tão porreiros...

Há cobardes monopes que insultam, mordem e "beijam" a delirar
como se a vida fosse um fado trinado à guitarra;
eles ainda não aprenderam que a Liberdade e a Coragem são para respeitar
e que a Poesia não é arena para exibir o "boi da cambada" que nos marra...

Quem não conhece um ou outro cobarde
que demonstra a sua cobardia
fugindo ao confronto com a sua identidade
o seu verbo, a sua presença e espírito de Democracia?

Embrulhem nos manifestos da mediocridade baixa e casem os zés-cobardes
com o seu cortejo de "paus de dois bicos", mandrongas e mordazes!

Dos cobardes é a terra dos parolos e o mundo-cão dos incapazes!

E no fim da festa das bestialidades, baixezas e bebedeiras
caganifâncias e jactâncias
boçalidades e reles brincadeiras...
deixem os viperinos "caga-na-saquinha" dar peidos de pim, pam, pum
esses cobardes servos dos mafiosos que tentam achincalhar todos e cada um
a juntar outros aos desvios sexuais das suas ruíns e eróticas sujeiras!

Os cobardes não são mais do que ignaras escorrências da nata das etares
mesmo os que andam a pedir perdão aos homens, santas e santos dos altares.

A "coragem" dos cobardes é defender a sua imagem de grande produto final
de uma terra inculta e das mais atrasadas de Portugal!


MARQUES PEREIRA
Prozelo, Abr/02
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