O império da corrupção.



«Os nobres romanos tiveram um agudo sentido da autoridade e da majestade do seu Império, mas era-lhes desconhecido aquilo que nós chamamos a noção do Estado, ou do serviço público. Distinguiam mal funções públicas e dignidade privada, finanças públicas e bolsa pessoal.
(...)
O funcionário íntegro é uma excentricidade [eu chamar-lhe-ia fantasia para entreter papalvos *] do Ocidente moderno; em Roma, cada superior pilha os seus subordinados, tal como se fazia nos impérios chinês ou turco, onde tudo fuincionava por subornos, e que não deixaram por isso de dar mostra de uma capacidade multissecular de dominação.O exército romano não deixava de ser eficaz por via dos curiosos costumes que, ao mesmo tempo, possuía: "tradicionalmente, os soldados pagavam um suborno aos oficiais para isenção de serviço, ainda que um quarto ou quase dos efectivos de cada regimento se entretivesse com frivolidades ou se pavoneasse nos aquartelamentos: contanto que o oficial tenha recebido o pagamento... Os soldados arranjavam o dinheiro necessário através de roubo ou do banditismo, ou então fazendo trabalhos de escravo. Se um soldado era um pouco mais rico, o oficial enchia-o de faxinas e de pancada até ele lhe comprar a dispensa"; pensamos estar a ler não Tácito, mas as Nouvelles asiatiques de Gobineau. Qualquer função pública era um racket onde os encarregados faziam pagar os subordinados e onde todos juntos exploravam os administrados: assim aconteceu no tempo da grandeza de Roma e no do seu declínio.

A menor função pública (militia), a de escrivão ou de contínuo, era vendida pelo antigo titular ao candidato à sucessão, já que se tratava de uma espécie de renda representada pelas "luvas"; para além disso, o recém-chegado devia dar uma gratificação substancial (sportula) ao seu chefe de repartição. No Baixo Império, os mais altos dignitários,designados pelo imperador, deveriam entregar uma... ao Tesouro imperial; (...)
E como qualquer nomeação assentava em recomendações de "patronos" que gozavam dos favores da corte, as recomendações (suffragia) vendiam-se ou, pelo menos, pagavam-se; se o patrono não mantivesse a sua palavra, a vítima não hesitava em apresentar queixa perante os tribunais. Os corretores (proxenetae) especializavam-se nas transacções de recomendações e de clientelas (amicitiae), mas a sua profissão estava publicamente desacreditada.(...)

Aos subornos acrescentavam-se as extorsões praticadas pelos altos mandarins. (...)
Cícero, depois de um ano de governo de uma província, ganhou apenas o equivalente a mil milhões dos nossos cêntimos e pôde  daí tirar glória: era muito pouco. (...)
Não se servia o Estado, servia-se no Estado, ao mesmo tempo em serviço próprio; esta concepção pode ser censurável, mas, psicologicamente, um corsário não é um oficial de marinha de alma corrupta.
A questão não é ser íntegro, mas ter tacto, à maneira de um comerciante que não deve deixar a clientela perceber que vende só em seu próprio interesse. Ora, enquanto os governantes se servem servindo o imperador, as populações oprimidas desejam poder acreditar que esses senhores paternais as oprimem para o seu próprio bem. "Sê obediente e o governador amar-te-á", escreve S.Paulo. É preciso portanto enriquecer sem impedir, por atitudes demasiado explícitas, a possibilidade dessa crença; o interesse dos funcionários nos lucros do poder não deve desmentir o desinteresse do poder em si próprio De tempos a tempos um processo público dava um exemplo e a cabeça de um governador caía, ou pelo menos a sua carreira: esse desastrado tinha manifestado sentimentos cinicamente interesseiros; tinha sido descoberta uma carta onde ele escrevia à sua amante: "Que alegria! Que alegria! regresso para ti livre das minhas dívidas, depois de ter posto à venda metade dos meus administrados".»

- Paul Veyne, in História da Vida Privada


E no meio deste estarrecedor espelho, ó caros confrades e otários, onde é que situais a tão propalada ética repúblicana, a tão cantada soberania popular ou a não menos diáfona igualdade dos cidadãos perante a lei, que vos alumiam o paleio e canonizam a submissão?...
Este trecho, então - "Qualquer função pública era um racket onde os encarregados faziam pagar os subordinados e onde todos juntos exploravam os administrados" - é uma perfeita antecipação do vosso tão augusto "estado social". Basta actualizar "administrados" por "contribuintes".

Títulos e títeres.




Em todo o caso, não percebo tanto escarcéu de cada vez que descobrem um falso doutor entre os ministros ou um falso engenheiro entre os chanceleres. Já a evidência recorrente e corriqueira de , por obra e graça de eleição, tanto doutor e engenheiro se transformar em falso ministro ou em pseudo-chanceler  não parece incomodá-los minimamente. Para não variar, aponta-se o cisco, a pentelhice na vista alheia e faz-se de conta que o argueiro - melhor dizendo, a trave descomedida - no olho próprio, embora cego, é perfeitamente natural. O escandalinho funciona assim como quê - paliativo para a imunda resignação?
E sempre pergunto: qual é o espanto? O escândalo é ele ter-se feito doutor em doze meses? Num país em que centenas de milhar se fizeram democratas numa noite - a mesma velocidade que qualquer eleito leva a mudar de nacionalidade, só que de dia e passada meia-hora de investidura -, o que é que isso tem de extraordinário?...

A sério, um ex-país infestado de gente com testículos postiços, coluna gasosa, moral descartável e lógica de conveniência consegue  ainda indignar-se com um título postiço? Não, isso é que é assombroso.

Apostar na tauromaquia é apostar na CULTURA e no EMPREGO!



CAPOTAZO
Grande Crónica do Jornalista da TSF Fernando Alves que fala de como apostar na tauromaquia é apostar na cultura e no emprego!

“O município de Guijo de Galisteo, na província espanhola de Cáceres, realizou ontem um referendo sobre o destino a dar a uma verba de 15 mil euros. Os eleitores das três povoações do município (Guijo, El Batán e Valrio) eram chamados a decidir se essa verba iria subsidiar três corridas de touros este Verão ou deveria antes ser aplicado na contratação de trabalhadores eventuais. O desemprego está a atingir valores impressionantes em Espanha e é preciso enfrentar o problema de qualquer maneira, pelos cornos ou de cernelha.

Mas só os eleitores de Guijo deram primazia ao emprego. Os de Batán e Valrio decidiram que o dinheiro deveria servir para apoiar as touradas. No conjunto do município, o resultado do referendo foi claro: 242 votos pelos touros, 181 pelo emprego. Um portal electrónico espanhol titulava com ironia: “Los toros dan capotazo al empleo”. A notícia confirma a tese de Llorca de que “o toureio é a maior riqueza poética e vital de Espanha”.
Faz agora dois anos, quando o parlamento regional da Catalunha aprovou a proibição das touradas, Placido Domingo terminou a actuação no Teatro Real de Madrid ensaiando com uma capa vermelha uma série de capotazos em pleno palco. O público aplaudiu o tenor durante meia hora, aos gritos de “torero! torero!”.
Este fim de semana Plácido Domingo esteve em Lisboa na qualidade de presidente da organização Europa Nostra. Nos claustros dos Jerónimos, diante de mil convidados, ele sublinhou a IMPORTÂNCIA DA CULTURA NA CRIAÇÃO DE EMPREGO E NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. E referiu-se ao património que “é sacrificado por pequenos ganhos económicos e políticos”.
Não há dúvidas quanto ao modo como teria votado Placido Domingo se tivesse participado no referendo de Guijo de Galisteo. DEFENSOR DAS TOURADAS E DA CRIAÇÃO DE EMPREGO ele teria votado no sentido da maioria. Mesmo se aparentemente esse voto coloca o senso comum no lugar do touro que vai ser lidado, no sentido em que o grande toureiro Domingo Ortega explicava a lide: “Tourear”, dizia Ortega, ” é levar o touro aonde ele não quer ir”.”
BRAVO!
Pode ouvir aqui.

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Comunicado da Prótoiro sobre debate na AR.



DEBATE DOS PROJECTOS DE LEI DO BE TRADUZIU-SE NUMA CLARA DERROTA DOS ARGUMENTOS ANTI TAURINOS.

O debate público ocorrido na sexta-feira passada, acerca dos projectos de lei do BE (contra a transmissão televisiva de touradas na RTP, a limitação da transmissão das mesmas nos canais privados e o fim do “financiamento” público das actividades que possam infligir “sofrimento” a animais) traduziu-se numa derrota em toda a linha das pretensões dos anti-taurinos e numa retumbante vitória taurina. A realidade do debate revelou uma embaraçosa carência de argumentos validos por parte dos que querem atentar contra a liberdade cultural dos portugueses.

Desta forma a PRÓTOIRO gostaria de salientar o seguinte:

a)      Agradecer a presença dos vários agentes e aficionados da Festa que disseram “sim” ao apelo da PRÓTOIRO; 

b) Por outro lado, agradecer a presença da Plataforma de defesa comum que redimensiona estes debates e apanhou a deputada Catarina Martins (BE) completamente desprevenida. Agradecemos a presença dos representantes da CAP, a Fencaça, ANPC, Federação Portuguesa de Falcoaria, Federação Portuguesa de Pesca à Linha, além de representantes autárquicos, na pessoa do Comandante António Valente, responsável pelo pelouro da Cultura da autarquia de Santarém.

A defesa institucional da Festa e de todos os sectores que envolvem a utilização de animais faz-se agora com um peso completamente diferente e, num País onde se discutem eleições por um punhado de votos, os nossos políticos terão, daqui para a frente, de dar ouvidos a quem representa de facto a realidade social do país e não grupelhos virtuais.

c)      O debate revelou um claro ascendente taurino, tendo sido destacada a vertente cultural e social, mas sobretudo económica da Festa. Estas iniciativas do BE foram classificadas pela PORTOIRO com uma forma de “fascismo cultural”, uma vez que a intenção do BE é impor a sua visão subjetiva a todos os portugueses, violando a sua liberdade individual. 

Perante as campanhas demagógicas e difamatórias que têm vindo a ser lançadas sobre os apoios pontuais das Câmaras Municipais às actividades culturais taurinas, o Comandante António Valente, vice-presidente da autarquia de Santarém, destacou que estes apoios pontuais são atribuídos a todos os sectores culturais nos municípios, sem qualquer distinção da tauromaquia. No que concerne à Câmara de Santarém, se estes ataques voltarem, o assunto terá de ser resolvido em tribunal, e os difamadores responsabilizados.

d)      Repudiar veementemente a insultuosa declaração da presidente da associação ANIMAL ao comparar a posição de um toiro bravo com o de um surdo-mudo ou de um deficiente mental. A irresponsabilidade tem limites e há coisas que exigem respeito e decoro. Estas declarações insultuosas para com os deficientes retratam bem a postura de quem as profere;

e)       Repudiar o facto de na declaração final do Bloco de Esquerda, pela mão da deputada Catarina Martins, esta se ter desculpado perante a audiência anti-taurina com um “sabemos que muitos de vocês queriam mais”, revelando, assim, as verdadeiras intenções e compromissos deste partido;

f)    Tal como referido durante o debate, aguardamos a possibilidade de nos defendermos em tribunal da intenção demonstrada pela presidente da associação ANIMAL, há alguns meses atrás, em processar a PRÓTOIRO por difamação. 

g)      Congratulamo-nos com o facto de o Bloco de Esquerda se ter visto obrigado a reconhecer que as touradas são uma realidade cultural contra a qual nem mesmo o Bloco de Esquerda tem capacidade de se insurgir. Estes projectos tratam-se, obviamente, e tal como a PRÓTOIRO teve oportunidade de referir, de um aproveitamento demagógico com o objetivo de danificar a imagem da tauromaquia acusando-a de receber apoios milionários, o que é obviamente falso;

Todos estão convocados para a defesa e promoção da Festa! Todos os aficionados têm de ser Embaixadores desta magnífica expressão cultural e artística da alma Portuguesa.
Pela defesa da nossa Cultura, Identidade e Liberdade! Juntos somos mais fortes!
PROTOIRO

XIV Feira da Gastronomia e Artesanato de Marvão


(Clicar na imagem para aumentar)

O BOM GOSTO, atinge o seu máximo esplendor no segundo fim-de-semana de Julho, a tradicional Feira da Gastronomia, no castelo, dá a provar as receitas tradicionais da nossa terra, famosa também pelo receituário rico de influências mediterrânicas e raianas que transforma a gastronomia alentejana, num festival de sabores e cores vivas.
O ex-libris do Turismo no Alto Alentejo, o Castelo de Marvão, vai receber nos dias 7 e 8 de Julho mais uma edição desta feira, num ambiente de festa, cultura, muita animação, boa comida, servida num único jantar, mas com muitas tasquinhas onde poderão apreciar os diversos petiscos, tapas, enchidos, vinhos, …
Pretende-se também privilegiar as competências técnicas e profissionais dos artesãos e dos empresários do nosso concelho, proporcionando-lhes espaços de exposição, encontrará produtos como azeites, bolinhos, doces, licores, sumos naturais, bijuteria, bordados com casca de castanha, artesanato urbano, flores naturais, etc. Contamos com mais de 2 dezenas de stands e tasquinhas.
As Sunset Parties vão criar ambiente de festa e animação para todos os jovens, com as atuações dos Aldaba (Grupo de Musica e Dança Popular Espanhola) e o Dj Nuno Garcia podendo divertir-se ao som da boa música ao mesmo tempo que comtemplam um bonito pôr-do-sol a partir do castelo.
Para animar o jantar de dia 7, contaremos com a presença de três vozes femininas a cantar o fado, Mara Pedro, de Viseu, voz jovem bastante promissora, que tem participado em inúmeros concursos televisivos e as nossas conterrâneas Dina e Helena Fé, de Portalegre.
Nesta edição da Feira, sendo Marvão um concelho cheio de afición, a Corrida de Toiros noturna em Santo António das Areias, com a participação dos Cavaleiros: Sónia Matias, João Moura Caetano e Marco José, será um dos pontos altos da festa e complementa na perfeição toda a tradição e arte que se podem constatar neste soberbo fim-de-semana em Marvão
No Domingo, abrem-se de novo as portas do Castelo com as tasquinhas, os stands de artesanato e produtos locais e para alegrar o fim de tarde o Grupo Pedro & Pedro marcará presença, encerrando assim mais uma edição deste evento.
Venha Visitar, Desfrutar, Ouvir, Sentir e Saborear o que há de melhor em Marvão! Esperamos por si!

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Corrida de touros em Santo António das Areias.


No próximo sábado, dia 7 de Julho, realiza-se na Praça de Toiros de Santo António das Areias pelas 22 horas, a tradicional Corrida de Toiros. Em praça vão estar os cavaleiros Sónia Matias, João Moura Caetano e Marco José e serão lidados toiros da prestigiada ganadaria de Manuel Rosa Tátá. Em disputa estará também o troféu da Casa do Povo de Santo António das Areias para a melhor pega com os grupos de Forcados de Cascais, Portalegre e Arronches.
A iniciativa insere-se nas atividades da Feira da Gastronomia de Marvão
Os bilhetes já estão à venda na Casa do Povo de Santo António das Areias 
 
Telefone 245 992 157

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Educar para exigir.



O «El País» apresenta na manchete da sua edição dominical umas declarações do capitão da selecção espanhola, Iker Casillas, em que o guarda-redes afirma, no dia em que «la roja» pode conquistar o seu terceiro título consecutivo, que esta geração foi «educada para ganhar». É esse o ponto. O projecto de Barcelona '92, já lá vão duas décadas, continua a dar frutos em todas as modalidades para o país vizinho, não apenas no futebol. Quanto a Portugal, tem matéria prima de grande qualidade, mas tem faltado educação e mentalidade para vencer complexos e derrotar os «Golias» com quem competimos. Ainda assim as excepções também acontecem. Ana Dulce Félix sagrou-se há minutos campeã europeia dos 10 mil metros nos campeonatos de Helsínquia. Aproximam-se os Jogos Olímpicos. Vão ser pedidas medalhas. Se não chegarem, vão chover os insultos e os impropérios. Ponham os olhos na Espanha: eduquem primeiro e exijam depois.
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