A Google defende a censura e ataca a diversidade cultural



A Google defende a censura e ataca a diversidade cultural?
A Google, proprietária do Youtube, a maior rede social de vídeos da web, decidiu eliminar a conta de um utilizador aficionado @PabloLopezRiobo, alegando que os vídeos partilhados por este utilizador violavam a política de utilização desta rede social. Não é a primeira vez que a Google faz este tipo de censura.
Diz a Google que os vídeos violavam a política de utilização desta rede que refere que é proibida a partilha de vídeos “com conteúdos sobre actividades negativas como abusos a animais, consumo de drogas ou fabrico de bombas”, onde se incluem os vídeos anti-taurinos que circulam no Youtube, podendo estes também ser eliminados. A Google não vai eliminar mais vídeos, a não ser que estes sejam denunciados por outros utilizadores do Youtube.
Perante a atitude da Google, cumpre perguntar se esta compreende que censurou vídeos nada têm que ver com abusos de animais mas que expressam uma manifestação cultural que mobiliza 30 milhões de pessoas em todo o mundo e que foi declarada Património Cultural Imaterial da França, ao abrigo da Convenção da UNESCO para a defesa do património imaterial? Que tal declaração irá também acontecer em Espanha? Saberá a Google que censurou uma prática cultural protegida e que centenas de regiões e municípios em Portugal, Espanha, México, Equador, Venezuela, Colômbia e Perú declararam como seu património cultural imaterial, ao abrigo da referida convenção da UNESCO?
A Google, como empresa multinacional, deveria ser a primeira a perceber que o mundo é um espaço plural, constituído por culturas diferentes, com práticas e especificidades que marcam as identidades nacionais ou regionais e são símbolos inalienáveis das culturas dessas regiões ou países. Estas visões diferentes da vida e da realidade estão defendidas pelos direitos humanos e pelo inalienável direito à liberdade cultural.

No entanto a Google parece querer ignorar que tem a obrigação ética de respeitar a cultura dos seus clientes e, como empresa globalizada, tem de ter práticas de respeito pela multiculturalidade dos mesmos se pretende ser encarada como uma empresa ética e com responsabilidade social.

Se a Google quer realizar negócio em países que possuem práticas culturais específicas, tem de ter também a capacidade de as avaliar de acordo com as práticas dessas sociedades, pois caso contrário incorre na prática de censura cultural, limitando a liberdade de expressão, atacando as liberdades e os direitos humanos constitucionalmente defendidos.
Será que a Google quer ser conotada como uma empresa que não respeita as liberdades e os direitos humanos?  

PRÓTOIRO




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